13 de agosto de 2011

São Paulo Chic

Hoje é muito comum em boa parte das escolas, para maior integração com sua comunidade, a realização de projetos sociais, como o Projeto Barracão da Secretaria da Cultura, realizado em nossa sede, com a oficina de bateria mirim, aos jovens de 6 a 13 anos que estejam estudando regularmente. Porém, a pratica de projetos não era comum, ainda mais numa época em que o samba era marginalizado. E foi justamente com todas essas intempéries, que Inocêncio Tobias, sambista muito a frente do seu tempo, teve a idéia de fundar o São Paulo Chic.
Afim de minimizar as dificuldades enfrentadas pelos sambistas, era necessário para todos os cordões, a criação e desenvolvimento de projetos sociais, Seu Inocêncio com a ajuda de Hélio Bagunça, iniciaram uma roda de samba, que acontecia aos finais de semana. Foi a primeira vez na história, que passou a existir um local, sem que houvesse repressão policial, para se ouvir samba.

 










“Numa esquina da Rua Brigadeiro Galvão, o velho casarão colonial se ergue, sem muita imponência. Pintada de laranja, azul, verde, vermelho, amarelo, lilás e branco, com um brasão de nobreza e austeridade no alto, ali se oferece samba em todos os finais de semana ao preço de 10 cruzeiros a dama, 30 o cavalheiro. E nesta “empresa de samba”, como diz o próprio Inocêncio, que se encontra o grande segredo do Camisa: para lá são chamados para tocar – recebendo altos cachês – os melhores sambistas da época da cidade” (Folha de São Paulo – Ilustrada- 10 de fev. de 1977 – Paulo Moreira Leite).
Logo de cara, o local virou ponto de encontro de jovens universitários e bambas do samba, faculdades realizavam palestras, o salão também era utilizado para a realização das eliminatórias dos sambas e dos primeiros festivais de pagode. Pelezão, integrante do Camisa Verde e Branco até hoje, era responsável pela portaria e entrada dos ritmistas.
Jornais da época noticiavam:





 “De qualquer modo, o samba de fim de semana no São Paulo Chic, garante para o Camisa uma série de privilégios no carnaval, por exemplo: “ nunca repetimos um destaque, só usamos fantasias novas” – diz o Mulata (Folha de São Paulo – Ilustrada- 10 de fev. de 1977 – Paulo Moreira Leite)       










As segundas feiras aconteciam o famoso Clube do Pagode, uma roda de samba formada por Tobias (Tuba), Boca Nervosa, Talismã, Reinaldo, Nelson Primo e tantos outros talentos do samba.
O projeto São Paulo Chic, mais do que um ponto de encontro para os amantes dos samba ou ainda um reduto verde e branco, mais do que isso trouxe ao sambista a dignidade, antes não reconhecida, servindo como ponto inicial de outros projetos de samba na cidade.
Essa Barra Funda tem tradição.
Até o próximo post!


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