* Imagem do Cordão Barra Funda em 1930
É sabido que a política há tempos faz parte de nosso dia-dia, se encontra inserido em todos os segmentos de nossa vida e não seria diferente no carnaval. E é exatamente a política responsável por uma passagem histórica de nossa escola.
Quando realizamos buscas que remontem a história de nossa escola, encontramos uma grande lacuna, durante mais de uma década, o cordão Barra funda suspendeu suas atividades, resquícios da política adotada na época.
A era Vargas (1930 – 1945) foi um período marcado por um período de repressão, o Brasil viveu dias de fascismo, e tudo que se mostrava contrário ao governo era reprimido. Os Integralistas, grupo fundamentado nos propósitos republicanos, eram identificados por suas vestimentas nas cores verdes. A princípio este grupo se mostrou aliado a Vargas, tão logo, houve a primeira tentativa de golpe, tornando-os inimigos do governo, passando a ser seguidos, presos e mortos.
Coincidentemente, as cores utilizadas pelos simpatizantes do Integralismo eram as mesmas utilizadas pelo cordão Barra funda. A consequência das cores acarretou em um perigo iminente aos foliões, e em 1939 foram suspensas as atividades do cordão sendo retomadas somente em 1953, quando por pedido das autoridades foi rebatizado, por então Inocêncio Tobias, como Cordão Mocidade Camisa Verde e Branco. Em 1954, o cordão consagrou-se campeão com o enredo “IV Centenário”.
As consequências deste estado, não somente ficou restrito aos anos em que o cordão não desfilou, ainda no período ditatorial, tentou-se levar á avenida um enredo sobre João Cândido, herói dos integralistas na Revolta da Chibata, porém com mais uma intervenção política não foi possível.
Atualmente vemos claramente, a intervenção da política no carnaval, muitas vezes demasiadamente escancaradas, camarotes exclusivos, enredos com homenagens um tanto quanto indevidas, ou ainda, enredos sobre estados, deixando evidente o patrocínio e as influências politicas e até mesmo escolas de samba que demonstram apoio a candidatos A ou B. Essas intervenções são importantes e não temos como negá-las, só não devemos esquecer que este tipo de apoio sobrevém somente quando é favorável aqueles que se encontram no poder, devemos nós usar destes artifícios com cautela para não tornarmos escravos de algo que nada tem haver com o carnaval, muito menos ao samba.
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