Desde que comei a escrever para este humilde blog, estou cada vez mais saudosista dos “antigos carnavais”, utilizo-me das aspas por não ter assistido a tantos carnavais assim, porém já vi e vivi o suficiente para sentir falta de componentes antes comumente nos desfiles, hoje foram extintos ou já se fazem raras suas aparições. Digo isto sobre balizas, tocadores de pratos e passistas a frente das baterias com seus pandeiros.
Estes termos já são tão raros que se faz até a obrigação de explicar aqui do que se trata. O baliza eram homens que traziam bastões de madeira, abrindo os caminhos com e protegendo ao pavilhão, vinham brincando e lançando ao alto a baliza. Os tocadores de prato era uma espécie de passista que vinham brincando com dois pratos (muito parecido com aos usados em bateria). Já os passistas com pandeiros, também figurava a frente da bateria, era a pura essência típica do malandro, sempre fazendo a corte as passistas femininas e com seus pandeiros faziam malabarismos.
Nelson Primo, um dos membros mais antigos de nossa escola, está no Camisa desde 1953, e um dos integrantes de gloriosa velha guarda musical, foi um dos precursores na arte de tocar dois pratos em São Paulo.
Outro nome a ser lembrado em nossa história, é o Xuxa, Passista de Ouro, na década de 90, foi o único homem com permissão do Mestre Neno para sair a frente da bateria.
Tantas estrelas anônimas, já abrilhantaram a frente de baterias em tempos que o carnaval era apenas uma festa do povo, um culto ao samba, a alegria espontânea, o samba no pé, não aquele ensinado nas academias, aquele passista que durante o ano todo trabalhou arduamente e vê ali naqueles 60 minutos a chance de brilhar, bem ao contrário de hoje em dia em que estar à frente de uma bateria é uma disputa deveras desleal, muitas vezes solo, sinto cada vez mais a falta do “carnaval” no nosso carnaval.
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